Ballet x Dança do Ventre –Por :Luana Mello
Eu sempre defendi que quem busca a profissionalização na Dança do Ventre, deve fazer aulas de Ballet Clássico, afinal, a Dança do Ventre ainda tem algumas deficiências básicas. Mas comparar Ballet Clássico com Dança do Ventre é absurdo.As bailarinas ficam bradando: "Eu sou formada em Ballet" como se isso afirmasse que ela é melhor que alguém. Bobagem. As duas danças têm técnicas imcompatíveis: enquanto a Dança do Ventre desenvolve a dissociação e trabalha o corpo todo de forma desintegrada e macia, o Ballet pede que você trabalhe no cúmulo do encaixe, com pouquíssimas dissociações e MUITO tônus.No Ballet nós entendemos o tronco como eixo para todos os movimentos - ele dá sustentação para que seus membros se movam com leveza. Na Dança do Ventre como trabalhamos muita dissociação, na maioria das vezes, os membros (braços e pernas) acabam sendo eixo de apoio para que a coluna se mova. As mecânicas básicas acabam sendo opostas.Quem estudou Ballet sabe que Dança do Ventre para uma bailarina clássica, é um martírio. Quem lembra da minha dança nos meus tempos de professora Luxor, sabe bem do que eu estou falando: muita rigidez e excesso de tônus. Coloque uma bailarina clássica numa aula de Dança do Ventre e você terá a definição perfeita do que é uma 'árvore dançando'.Mesmo estudando Dança do Ventre todos os dias, eu tinha dificuldade de dissociar tronco superior e mover os braços com leveza - talvez por isso hoje eles sejam tão presentes na minha dança. Desestruturar o código do Clássico foi dificílimo e hoje eu me orgulho de não ouvir 'você parece bailarina clássica' quando alguém assiste a minha dança.
A técnica do Ballet ajuda a Dança do Ventre, pois existe um trabalho profundo de consciência corporal e principalmente eixo e técnicas de deslocamentos e giros, que foram passos que a Dança do Ventre absorveu dessa disciplina. Fora isso, 70% do que você vai aprender no Ballet, você NÃO vai usar na Dança do Ventre.
Melhor mesmo é buscar uma boa professora de Dança do Ventre, seja ela formada ou não em Ballet. Se ela é uma boa profissional, já procurou estudar muitas outras coisas que acrescentem na sua profissão. Método Laban, Ballet Moderno, Dança Contemporânea, Fisioterapia, Feldenkrais, Reeducação do Movimento, Biomecânica, blá blá blá... Nem só de Ballet Clássico o mundo é feito!E mais: As pessoas pintam que o mundo do Ballet é perfeito, mas existe MUITO amadorismo e MUITA vaidade. Procurar bons professores de Ballet também é uma tarefa árdua. A grama do vizinho parece mais verde né? Mas eu que caminho nos dois lados - como aluna - afirmo que isso é ilusão. Mas deixando de lado a incongruência da parte técnica, o Ballet Clássico é bem mais antigo e é reconhecido como profissão desde o século XIV. Já a Dança do Ventre profissional começou mesmo no século XX, e cheia de escorregões. Como escrevi em A História da Dança, a paixão do Rei Luís XVI pelo Ballet, foi um dos principais motivos do empurrão profissional que este recebeu.Sendo aceito na alta sociedade como principal forma de arte, intelectuais e artistas renomados investiram nele e contribuíram para que a arte do Ballet fosse perpetuada e digna dos palácios. Já a Dança do Ventre - com sensualidade afrontando as sociedades religiosas - sempre foi vista como arte menor. E como é ligada a cultura do Oriente Médio e vista como uma dança folclórica, permaneceu nichada e sofreu preconceitos.Hoje, começam a existir pontos de profissionalização. Vemos um número ainda pequeno, mas crescente, de profissionais que buscam entendê-la como forma de arte corporal e não apenas como dança étnica. Profissionais que entendem que estudar dança é coisa séria, séria mesmo. Por isso, nada de comparar Dança do Ventre e Ballet. Os profissionais do clássico também estão por aí atrás de informação por que nem sempre seus professores suprem o necessário...Temos que dar um tempo pra Dança do Ventre se profissionalizar e entender que a transformação não acontece do dia pra noite. Enquanto isso, podemos mudar o mundo a nossa volta e aprender mais em outras áreas mais maduras. Mas a transformação tem que começar em você. Se você não mudar e não começar a levar a Dança do Ventre a sério, está contribuindo para que tudo continue como está. Não adianta reclamar e continuar com atitudes amadoras.
Eu sempre defendi que quem busca a profissionalização na Dança do Ventre, deve fazer aulas de Ballet Clássico, afinal, a Dança do Ventre ainda tem algumas deficiências básicas. Mas comparar Ballet Clássico com Dança do Ventre é absurdo.As bailarinas ficam bradando: "Eu sou formada em Ballet" como se isso afirmasse que ela é melhor que alguém. Bobagem. As duas danças têm técnicas imcompatíveis: enquanto a Dança do Ventre desenvolve a dissociação e trabalha o corpo todo de forma desintegrada e macia, o Ballet pede que você trabalhe no cúmulo do encaixe, com pouquíssimas dissociações e MUITO tônus.No Ballet nós entendemos o tronco como eixo para todos os movimentos - ele dá sustentação para que seus membros se movam com leveza. Na Dança do Ventre como trabalhamos muita dissociação, na maioria das vezes, os membros (braços e pernas) acabam sendo eixo de apoio para que a coluna se mova. As mecânicas básicas acabam sendo opostas.Quem estudou Ballet sabe que Dança do Ventre para uma bailarina clássica, é um martírio. Quem lembra da minha dança nos meus tempos de professora Luxor, sabe bem do que eu estou falando: muita rigidez e excesso de tônus. Coloque uma bailarina clássica numa aula de Dança do Ventre e você terá a definição perfeita do que é uma 'árvore dançando'.Mesmo estudando Dança do Ventre todos os dias, eu tinha dificuldade de dissociar tronco superior e mover os braços com leveza - talvez por isso hoje eles sejam tão presentes na minha dança. Desestruturar o código do Clássico foi dificílimo e hoje eu me orgulho de não ouvir 'você parece bailarina clássica' quando alguém assiste a minha dança.
A técnica do Ballet ajuda a Dança do Ventre, pois existe um trabalho profundo de consciência corporal e principalmente eixo e técnicas de deslocamentos e giros, que foram passos que a Dança do Ventre absorveu dessa disciplina. Fora isso, 70% do que você vai aprender no Ballet, você NÃO vai usar na Dança do Ventre.
Melhor mesmo é buscar uma boa professora de Dança do Ventre, seja ela formada ou não em Ballet. Se ela é uma boa profissional, já procurou estudar muitas outras coisas que acrescentem na sua profissão. Método Laban, Ballet Moderno, Dança Contemporânea, Fisioterapia, Feldenkrais, Reeducação do Movimento, Biomecânica, blá blá blá... Nem só de Ballet Clássico o mundo é feito!E mais: As pessoas pintam que o mundo do Ballet é perfeito, mas existe MUITO amadorismo e MUITA vaidade. Procurar bons professores de Ballet também é uma tarefa árdua. A grama do vizinho parece mais verde né? Mas eu que caminho nos dois lados - como aluna - afirmo que isso é ilusão. Mas deixando de lado a incongruência da parte técnica, o Ballet Clássico é bem mais antigo e é reconhecido como profissão desde o século XIV. Já a Dança do Ventre profissional começou mesmo no século XX, e cheia de escorregões. Como escrevi em A História da Dança, a paixão do Rei Luís XVI pelo Ballet, foi um dos principais motivos do empurrão profissional que este recebeu.Sendo aceito na alta sociedade como principal forma de arte, intelectuais e artistas renomados investiram nele e contribuíram para que a arte do Ballet fosse perpetuada e digna dos palácios. Já a Dança do Ventre - com sensualidade afrontando as sociedades religiosas - sempre foi vista como arte menor. E como é ligada a cultura do Oriente Médio e vista como uma dança folclórica, permaneceu nichada e sofreu preconceitos.Hoje, começam a existir pontos de profissionalização. Vemos um número ainda pequeno, mas crescente, de profissionais que buscam entendê-la como forma de arte corporal e não apenas como dança étnica. Profissionais que entendem que estudar dança é coisa séria, séria mesmo. Por isso, nada de comparar Dança do Ventre e Ballet. Os profissionais do clássico também estão por aí atrás de informação por que nem sempre seus professores suprem o necessário...Temos que dar um tempo pra Dança do Ventre se profissionalizar e entender que a transformação não acontece do dia pra noite. Enquanto isso, podemos mudar o mundo a nossa volta e aprender mais em outras áreas mais maduras. Mas a transformação tem que começar em você. Se você não mudar e não começar a levar a Dança do Ventre a sério, está contribuindo para que tudo continue como está. Não adianta reclamar e continuar com atitudes amadoras.
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