Dança: mais do que simples movimento
Autor ou Fonte: miriam lamas baiakEmail: mlamasbaiak@yahoo.com.br
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A dança vai além de sua função artística, ela desenvolve a psicomotricidade (cognitivo, físico e afetivo), ajudando na educação; e auxilia no tratamento e prevenção de doenças, isto é, ela é “sinônimo” de saúde. Fazendo, assim, parte não só da área de arte, mas também da área de educação e de saúde. Dentro da área de educação, a dança criativa ou educativa propícia aos alunos, segundo Débora Barreto, o auto-conhecimento; as vivências de corporeidade; relacionamentos estéticos com outras pessoas e com o mundo; incentiva a expressividade artística e humana; libera a imaginação, a criatividade; sendo uma forma de comunicação e de conhecimento, ajudando na formação dos cidadãos. A dança integra corpo e mente, trazendo aos alunos relações entre o mundo à sua volta e entre o mundo que existe dentro si.
Segundo Gesalt, Piaget, Vygostsky e Gugné (teóricos do ensino-apredizagem), a aprendizagem ocorre através das relações externas e internas de um indivíduo; e Gallahue e Ozmun dizem que este processo se dá através da genética de um indivíduo, do meio em que vive e das tarefas que realiza. A dança na escola trabalha dentro deste processo de ensino-aprendizagem, pois em uma aula o aluno recebe novas informações, relacionando com as já existentes e com o meio em que está, criando novas informações, gerando conhecimento.
O professor fundamentado nos princípios da dança criativa proporciona ao aluno atividades que podem estimular, motivar, desenvolver e comunicar idéias e movimentos; fazendo uma interação entre as crianças e o ambiente. Estas atividades estimulam a capacidade de solucionar problemas de maneira criativa; desenvolvem a memória; o raciocínio; a socialização; auto confiança e auto estima; fazendo com que o indivíduo tenha uma melhor relação com ele próprio e com os outros. Os conhecimentos obtidos dentro desta sala de aula são levados para a vida, pois o indivíduo é resultado de sua genética, do meio em que vive e das atividades que executa (GALLAHUE e OZMUN).
Na área de saúde a dança pode ajudar em várias situações, tanto na parte física quanto na emocional. Dentro dos seus benefícios estão o controle de peso, aumento da força muscular, fortalecimento do tecido cognitivo, aumento da flexibilidade, diminuição da pressão arterial e dos batimentos cardíacos, aumento da ventilação pulmonar, diminuição do estresse e da ansiedade, melhora da tensão muscular e insônia, melhora da auto-estima, da coordenação motora; do ritmo; do raciocínio; da convivência social; da criatividade; dentre outros fatores que ajudam o indivíduo a levar uma vida mais saudável.
Segundo as constatações de Diane Tice e as análises de Zillmann,citados por Goleman (1995) o exercício leve pode esfriar a raiva (vários estudos vem comprovando que o sentimento de raiva aumenta o estresse no coração, aumentando a pressão sangüínea e o ritmo cardíaco; podendo causar micro-lesões no vaso arterial, onde se formará placas, levando à uma doença na artéria coronária ); pois a fisiologia corporal é alterada, abaixando a estimulação criada pela raiva e tirando-a do foco de atenção. Diane Tice também diz que o exercício aeróbico ajuda nos casos de depressão leve e tristeza, porque a depressão é um estado de baixo estímulo e o exercício é de alto estímulo, mudando a fisiologia emocional. Para o caso de ansiedade e estresse, que pode levar a pessoa a ter um comprometimento no sistema imunológico, dissipando a metástase do câncer; aumento a vulnerabilidade a infecções virais; enfarte do miocárdio; aceleração do início da diabete Tipo I e do curso da Tipo II; e que pode provocar ou piorar uma crise asmática; o indivíduo deveria fazer uma aula de relaxamento, pois o processo é inverso, a ansiedade leva a uma alta estimulação e o relaxamento abaixa esta taxa. (GOLEMAN, 1995) Vemos que em todos os casos o exercício físico e o relaxamento mudam a fisiologia corporal e emocional de um indivíduo; a dança vista como uma atividade física aeróbica ou anaeróbica e de relaxamento (dependendo da técnica e/ou estilo) também é capaz de fazer estas mudanças, sem levar em conta a parte artística que desenvolve outras habilidades.
A dança como arte, seja qual for seu estilo, traz ao público além de lazer, uma nova forma de ver a vida, o mundo real e o mundo irreal; traz ao espectador o quê as palavras não são capazes de dizer e o quê somos capaz de sentir; a dança em si tem o poder de criar um mundo diferente na mente de cada espectador, e este mundo é capaz de gerar novas informações e conhecimentos para uma vida. Não importa qual o estilo, se ela ta na escola, na rua ou no teatro, a DANÇA faz parte de nossas vidas; e se prestarmos um pouco mais de atenção nela e nos seus profissionais, veremos que sua contribuição saí de dentro das paredes de uma sala de aula e ultrapassa as linhas de um palco, levando para a sociedade uma contribuição infinita e de grande valor.
REFERÊNCIAS: BAIAK, M. L. Porque ensinar dança na escola? Artigo publicado no site www.conexaodanca.art.br em 2005; no Jornal Dança Brasil em junho/2007 e no Guia Escolas Dança 2007, DB editora. FOSS, M; KETEMAN, S. Bases fisiológicas do exercício e do esporte. 6 ed. Fox: São Paulo, 2002. GOLEMAN, D. Inteligência emocional – a teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente. Trad. de Marcos Santarrita. 75ª ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 1995.
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